Grande parte das pessoas acredita que a dor é unicamente causada por uma lesão, bloqueios articulares, músculos tensos, hérnias discais, posturas erradas e alterações degenerativas.
Isto leva as pessoas a concluir que, se tiverem dor, é porque apresentam danos nos tecidos (músculos, tendões ou articulações). Contudo, esta conclusão na maior parte das vezes é errada, especificamente quando a dor dura mais do que o tempo normal de tratamento (mais de 3 meses, p.e).
A dor não é tão simples quanto a maioria das pessoas pensa. A dor é uma experiência multifatorial que é influenciada por vários fatores.
As lesões muitas vezes provocam dor porque ativam receptores específicos no nosso corpo, chamados nociceptores. Os Nociceptores são neurónios especializados que transmitem sinais de perigo ao cérebro, para estímulos potencialmente nocivos.
Mediante a receção desses sinais, o cérebro vai decidir se estes estímulos são perigosos, provocando dor, ou não apresentam qualquer risco no momento, não havendo uma resposta dolorosa.
Pesquisas recentes mostram que podemos realmente ter dor no corpo sem que haja algo de errado na área de dor. Assim como também podemos ter “danos” e os chamados bloqueios articulares, músculos tensos ou hérnias discais sem qualquer dor.
São vários os estudos que verificam que pessoas com estas lesões supramencionadas ou alterações degenerativas consequentes da idade não apresentam qualquer dor!
Mas como é isto possível?
O Professor de neurociência Lorimer Moseley, da Clínica da South Australia Unversity tem uma frase que dá resposta a esta mesma questão: “a dor é uma experiência consciente desagradável que emerge do cérebro quando a soma de toda a informação disponível sugere que nós precisamos de proteger uma determinada parte do nosso corpo”.
Concluindo, a dor é a soma do contexto ambiental, o grau de sinal de perigo, as nossas crenças, expectativas e experiências passadas, assim como muitos outros fatores. Nós experimentamos dor exclusivamente quando o cérebro identifica uma ameaça suficientemente grande relativamente ao contexto.
TMG | Saúde em movimento